quarta-feira, 29 de maio de 2013

A novela como forma de inclusão social (ou pelo menos à vida social)

Eu não bebo refrigerante, nunca bebi. Quando era criança era encarada como uma pequena extraterrestre  filha de um casal natureba que vive no meio do mato sem tecnologias. Por causa disso até sofri um pouco de bullying por não gostar de beber coca-cola ou guaraná (ó coitada...)
Não, meus pais não eram naturebas, muito pelo contrário. Eles mesmo tomavam bastante refrigerante e, em algumas vezes, até insistiam que eu provasse um pouquinho de coca. Mas eu simplesmente detestava (e ainda detesto) o sabor exageradamente doce e o gás. Eu consegui passar a infância sendo a única da turma/família/prédio/rua que não bebia esse maravilhoso líquido refrescante sem me transformar em uma vítima doida do bullying. Mas minha avó até hoje não aceita essa minha condição.
Mas superado esse problema, tenho que encarar outro: eu não vejo novela.
Eu podia não ver a novela, mas pelo menos
sabia quem era a Carminha e até passei a gostar da vilã
mais querida do século.
Até o lançamento de Avenida Brasil isso não era um grande problema para a minha pessoa, não via novela e continuava conseguindo ter assunto com meus amigos. Mas a novela da Carminha fez tanto, mas tanto sucesso que comecei a me sentir excluída por não assistir ao folhetim do horário nobre da Globo e ser capaz de comentar os acontecimentos do último capítulo. Não entendia algumas piadas e ficava com cara de paisagem quando começavam a falar do que a Nina tinha feito ou da nova revelação da Mãe Lucinda. Tentava em vão falar do novo episódio de Walking Dead ou então de como Homeland tava maneira, mas ninguém me dava atenção. Aliás, ainda era taxada de cult chata que prefere ver seriado a ver novela.
Mas, gemnt, nem sou pseudocultintelectual, não vejo novela porque não gosto e não por ideologia. Eu já gostei de assistir novela, mas a última que acompanhei de verdade foi Mulheres Apaixonadas e lá se vão 10 anos. Até tentei ver Avenida Brasil, mas assim que dava o intervalo, mudava de canal e acabava parando em algum canal de seriado.
Mas o ponto que queria chegar é que sou uma pessoa à margem da sociedade pelas minhas escolhas na vida. Tenho dificuldades de relacionamento por não dividir um copo de coca com os amigos e por não saber comentar o último capítulo da novela (e em muitos casos nem mesmo conhecer os personagens). Acho que essa sociedade devia mudar para aceitar pessoas que escolheram caminhos diferentes do da maioria.
Exagerada? Quase nada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário