quarta-feira, 15 de maio de 2013

Eu li - O Diário de Anne Frank

Cumprindo (pelo menos por enquanto) a promessa de manter o blog, escrevo mais uma postagem e, ao mesmo tempo, crio uma tag "Eu li". Nada mais justo para uma pessoa que adora ler. E eu amo ler, sempre estou com um livro na bolsa e as vezes outro na mesinha de cabeceira. Quando o livro é muito pesado ele é banido da minha bolsa, mas não da minha mesinha de cabeceira (minha coluna agradece!), assim, por muitas vezes, estou lendo dois livros ao mesmo tempo.
Nessa tag pretendo colocar livros que li e que considero dignos de minha atenção. A ideia é fazer um pequeno resumo com um pouco da minha humilde opinião sobre a leitura.
Pra começar: O Diário de Anne Frank

Ignorem o estado pouco conservado
do meu livro. É que ele andou muito
na bolsa. (Foto: Fernanda
Turino)
Nome original: em holandês, a língua do diário original: Het Achterhuis - Dagboekbrieven 14 juni 1942 - 1 augustus 1944.
Páginas: 237 
Editora: Best Bolso

Acredito que há poucas pessoas que não tenham lido esse livro (menos ainda que não o conheçam). Eu mesma já tinha lido na oitava série, mas resolvi que valia a pena ler de novo.
Realmente valeu. É aquele velho papo, estou com outra cabeça hoje em dia e outra visão de mundo. Acho que dessa vez o livro mexeu um pouco mais comigo. Talvez o fato de eu ter ido no Casa de Anne Frank e visto como ela realmente viveu tenha deixado a experiência mais viva. 
O anexo secreto, hoje em dia, não tem mais quase nada dos móveis e
Estátua em homenagem a
Anne Frank em Amsterdam,
em frente à casa em que ela
viveu escondida. (Foto: Fernanda
Turino)
utensílios eles usavam durante os mais de dois anos que viveram por lá. Mas isso não tira a atmosfera do local, era um lugar apertado e escuro, não vou dizer que eram condições sub-humanas, porque não eram, mas digo que a experiência de viver ali por tanto tempo, deve ter sido extremamente agoniante.
Mas voltando ao livro. O diário de Anne que começa no dia 12 de junho de 1942 e tem a última mensagem no dia 1 de agosto de 1944 (eles foram descobertos e presos apenas 3 dias depois, em 4 de agosto de 1944). Nele, ela relata o cotidiano de 8 judeus vivendo no anexo secreto, eram eles seus pais Otto e Edith Frank e sua irmã Margot, os primeiros a chegar no local. Dias depois chegaram os Van Pels, retratados no diário como Van Daans, eram eles o casal Petronella e Hans (nomes verdadeiros Auguste e Hermann) e o filho Peter. Alguns meses mais tarde junta-se a eles o dentista Albert Dussel (de nome real Fritz Pfeiffer).
Apesar de ter uma atitude positiva na maioria das suas cartas para "Kitty", como chamava seu o diário, Anne consegue passar uma ideia bastante realista do que era estar vivendo privada de liberdade. Viver no anexo secreto não era bom, mas também não era péssimo. O tempo todo ela lembra que era melhor estar ali do que nos campos de concentração. Ela se descreve em muitas passagens como uma grande injustiçada e que ninguém no anexo a compreendia. Por vezes, eu via isso apenas como uma crise de rebeldia de uma adolescente, mas também tentava entender como deve ter sido passar os confusos anos da adolescência presa e durante a guerra.
Anne escrevia muito bem, lembro que quando li o livro pela primeira vez, com 14 anos, idade de Anne no início do diário, achava pouco provável que uma adolescente escrevesse daquela forma. Então, não é difícil nos colocarmos no lugar dela e tentar imaginar o que era viver escondida e constantemente com medo. Do meu ponto de vista, devia ser aterrorizante, especialmente pelo fato de que podiam ser descobertos e levados aos campos de trabalho forçado.
A leitura nos vai mostrando uma Anne cada vez mais diferente e, talvez, madura, mas que ao mesmo tempo não consegue se entender com a mãe. É comovente ver sua necessidade de ter um amigo que a compreendesse o que ela encontra em Peter.
O diário de Anne não tem um fim. Mas sabemos como termina essa história. Todos são capturados (até hoje não se sabe quem os entregou) e enviados a campos de trabalho forçados. O único sobrevivente dos oito foi Otto Frank que, ao voltar a Amsterdam, encontra Miep (uma das pessoas que os ajudaram quando estavam escondidos) que havia guardado o diário. Anos mais tarde ele decide publicar os escritos de sua filha. As primeiras edições não mostravam tudo que Anne havia escrito no diário, o pai escolheu suprimir algumas partes por considerar inadequadas (problemas com a mãe e a descoberta da sexualidade de Anne). A versão que li é a completa que Otto acabou decidindo por publicar. É uma leitura que, sem dúvida, indico. Sem contar que a versão da Best Bolso é bem barata,s e não me engano paguei 15 reais. 

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